Esportes

Itacoatiara não decepciona em circuito de grandes ondas

Surfistas encararam ondas tubulares na Região Oceânica de Niterói. Foto: Ibici Silva

Com previsão de ondas de dois a três metros, a praia de Itacoatiara sedia nesta sexta-feira (6) o primeiro campeonato de ondas grandes em duas décadas. Localizada na Região Oceânica de Niterói, atletas consideram a praia de Itacoatiara referência para a prática da modalidade.

"Escolhemos Itacoatiara por conta das ondas potentes, altas e tubulares" explicou o surfista Alexey Wanick, presidente da Associação de Surf de Ondas Grande e Tow-In de Niterói, instituição que organizou o evento.

Até a noite de quinta (5), Wanick contou que ainda estava verificando se haveria condições favoráveis ao campeonato. Para o alívio dos atletas, as ondas de Itacoatiara desta sexta foram as mais altas do ano. O fluxo do mar na praia corresponde ao que os surfistas chamam de swell — quando uma zona de instabilidade em alto mar cria ondulações sequenciais em direção à costa.

O fenômeno visto em Itacoatiara nesta sexta tem relação com um sistema de alta pressão entre a costa de São Paulo e Arraial do Cabo, de acordo com o último boletim da Marinha do Brasil. Com aviso de ressaca em vigor até a manhã de sábado (6), a previsão da Marinha é de se formem ondas de até quatro metros no litoral fluminense.

A praia de Itacoatiara não recebia uma competição de grandes ondas há 26 anos. O 'Itacoatiara Big Wave' acontece ao longo desta sexta, desde as primeiras horas da manhã.

"Eventos como esse dão visibilidade para Niterói enquanto polo esportivo. Há mais de duas décadas Itacoatiara não recebia competições em grandes ondas" afirmou o presidente da Empresa de Turismo de Niterói (Neltur), que apoia o evento.

Categoria masculina

Paulo Diego, segundo colocado, e Felisberto, classificado para o masculino. Foto: Ibici Silva

Ao todo, foram convocados 28 atletas, divididos entre as categorias masculina, feminina e de triagem entre surfistas da região. A primeira disputa foi na categoria de acesso para o masculino. A ideia, segundo os organizadores, era destacar um representante local para competir com os atletas convidados.

Tendo Niterói como ponto de partida no esporte, Guilherme Felisberto garantiu classificação para o masculino. Em segundo, mas sem classificação, venceu o niteroiense Paulo Diego.

"A experiência foi incrível. Não sou de Niterói, mas considero esse lugar minha casa. Agora é descansar e preparar para as baterias da competição masculina", afirmou Felisberto.

Na categoria masculina, os atletas competem em baterias de cinco ou seis integrantes. Integram a categoria os surfistas de renome, como Marcos Monteiro, Lucas Chianca, Felipe Cesarano, Rodrigo Koxa e Everaldo Pato, além de Cristian Merello (Chile) e de João de Macedo (Portugal).

"Apesar do mar estar favorável para as grandes ondas, as águas estão densas, o que limita as manobras. Então a cada onda é preciso percorrer a parede do tubo" afirmou Carlos Henrique Guimarães, que compete no masculino. Natural de Imbituba, no litoral de Santa Catarina e competidor de ondas grandes há cinco anos, chegou em Niterói ainda na quinta-feira (5) para se familiarizar com a costa.

Disputa inédita no feminino

De acordo com os organizadores, o Itacoatiara Big Wave promoverá a primeira competição feminina de grandes ondas do Brasil. Na bateria especial feminina há uma representante da casa.

"Iniciei no surf em Itaipu mas peguei gosto pelas grandes ondas mesmo em Itacoatiara. Competi muito no exterior, onde há boas ondas, embora com o mesmo nível de perigo, mas é uma satisfação poder competir em casa" disse Heckert. Raquel já surfou no Havaí, no México e Estados Unidos.

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